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2012 - Livro Vermelho 2013

Melpomene peruviana (Desv.) A.R.Sm. & R.C.Moran LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 25-05-2012

Criterio:

Avaliador: Julia Caram Sfair

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

É uma espécie encontrada de Minas Gerais a Santa Catarina, em diferentes formações de Mata Atlântica. Apesar de ocorrer em regiões comintensa pressão antrópica, essa espécie forma densos agrupamentos. Devido ao grande número de coletas, incomum para esse grupo de pteridófita,suspeita-se que a espécie seja abundante localmente. Dessa maneira a espécie éconsiderada como menos preocupante em relação ao risco de extinção (LC).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Melpomene peruviana (Desv.) A.R.Sm. & R.C.Moran;

Família: Polypodiaceae

Sinônimos:

  • > Polypodium peruvianum ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Distribuição

A espécie ocorre nos estados Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro (Labiak; Hirai, 2012), Paraná e Santa Catarina (CNCFlora, 2012)Os registros botânicos indicam que a espécie ocorre em altitude entre 1600 m (Matos, F. B., 170, MBM 333112) e 2700 m (Labiak; Prado, 2005).Apresenta limite meridional de distribuição até a Argentina e Chile (Labiak; Prado, 2005).Na Argentina a espécie ocorre a 3500 m (Sota; Pazos; Ponce, 2000) e no Peru a 4200 m (Smith et al., 2005).

Ecologia

Registros botânicos indica que a espécie é rupícola. Um espécime foi encontrado em fenda de rocha, sombreada e úmida, em afloramento rochoso no alto do morro (Matos, F. B. 170, MBM 333112). A espécie parece ocorrer em grande amplitude de luminosidade, pois também foram encontrados registros da espécie em locais abertos de campos de altitude, com hábito heliófita (Braga, J. M. A., 3886, RB 536969) (CNCFlora, 2012)A espécie é de pequeno porte(máximo 12 cm de comprimento), forma densos agrupamentos em floresta montanhosa da Mata Atlântica (Condack, 2006)Na Argentina a espécie foi observada como epífita em florestas montanas, sobre rochas, onde foi observada juntamente com musgos, líquens e samambaias do gênero Elaphoglossum. Trata-se de uma das pteridófitas que vivem nas maiores altitudes (Sota; Pazos; Ponce, 2000)

Ameaças

1.7 Fire
Detalhes No Parque Nacional da Serra dos Órgãos, RJ, a vertente Norte esta fortemente ameaçado a incidência de incêndios, uma vez que as correntes de vento úmidas ficam retidas na vertente Sul. A estação de seca tem início em maio, com focos de incêndio mais crítico no meses de agosto e setembro. O início de incêndio ocorre principalmente pelo preparo de terreno para a prática agrícola e queda de balões. Em 2004, um incêndio iniciado fora da área do parque provocou a queima de 250 ha. Em 8 anos, 1999-2006 foi queimado 872,5 há nas áreas do Parque e entorno (MMA; ICMBio, 2008).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Atualmente a floresta ombrófila densa de Santa Catarina está descaracterizada e fragmentada, devido principalmente a processos de degradação intensos, sobretudo pelas atividades de agricultura, ocupação desordenada e extração de carvão mineral, reduzindo drasticamente a vegetação original e resultando em formações secundárias em diferentes estágios sucessionais (Citadini-Zanette et al. 2009)

1.7 Fire
Detalhes O Parque Nacional do Itatiaia apresenta ao longo de sua história episódios de incêndios extensos e duradouros, como o ocorrido em 1963 que atingiu cerca de 10.000ha, permanecendo ativo por mais de 40 dias. Aximoff e Rodrigues (2011), com base nos incêndios ocorridos em 2001 (600ha), 2004 (600ha) e 2007 (800ha), sugerem padrão de ocorrência trienal para os grandes incêndios mesmo que em áreas não sobrepostas (dados dos limites do incêndio de 2004 não foram encontrados). De maneira a reforçar esta hipótese, em 2010 o PNI teve mais de 1.100ha de campos de altitude queimados em um único incêndio (Aximoff, 2011).

1.7 Fire
Detalhes Em setembro de 2001 foram detectados 485 focos de incêncios no Parque Nacional do Caparaó e 10 municípios adjacentes, destruindo a floresta nativa e áreas de pastagem. Em 2000 a área de queimadas aumentou 40% em relação ao ano anterior. Mesmo assim na região aumentaram tanto o número de licenças para plantação de cana-de-açúcar e pastagem, como do número de multas por queimadas ilegais (CEPF, 2001)

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Extinta, lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre nas seguintes unidades de conservação: Parque Nacional do Caparaó, ES, Parque Nacional do Itatiaia e Parque Nacional da Serra dos Órgãos, RJ (CNCFlora, 2011)

Referências

- CEPF - CRITICAL ECOSYSTEM PARTNERSHIP FUND. Mata atlântica hotspot de biodiversidade. , p. 29, 2001.

- SOTA, E. R.; PAZOS, L. A. C.; PONCE, M. M. Grammitidaceae (Pteridophyta) de Argentina y Chile. Darwiniana, v. 38, n. 3-4, p. 299-306, 2000.

- CONDACK, J. P. S. Pteridófitas ocorrentes na região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia: análise florística e estrutural. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro, RJ: Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2006.

- LABIAK, P. H.; PRADO, J. As espécies de Lellingeria A.R. Sm. & R.C. Moran (Grammitidaceae - Pteridophyta) do Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 28, n. 1, p. 1-22, 2005.

- CITADINI-ZANETTE, V.; DELFINO, R. F.; BRUM-FIGUEIRÓ, A. C.; SANTOS, R. Rubiaceae na recuperação ambiental no sul de Santa Catarina,. Revista de Estudos Ambientais, v. 11, n. 1, p. 71-82, 2009.

- AXIMOFF, I. O que perdemos com a passagem do fogo pelos campos de altitude do estado do Rio de Janeiro?. Biodiversidade Brasileira, v. 2, p. 180-200, 2011.

- AXIMOFF, I.; RODRIGUES, R. C. Histórico dos incêndios florestais no Parque Nacional do Itatiaia. Ciência Florestal, v. 21, n. 1, p. 83-92, 2011.

- SMITH, A. R.; LEÓN, B.; TUOMISTO, H.; VAN DER WERFF, H.; MORAN, R. C.; LEHNERT, M.; KESSLER, M. New records of pterodophytes for the flora of Peru. SIDA, v. 21, n. 4, p. 2321-2342, 2005.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Plano de manejo do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, v.Encarte 3, 2008.

- LABIAK, P. H.; HIRAI, R. Y. Polypodiaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB091537>.

- SALINO, A.; ALMEIDA, T. E.; VIANA, M. M. Polypodiaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A.; SOBRAL, M. COSTA, D. P. KAMINO, L. H. Y. Plantas da floresta atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.516, 2009.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

Como citar

CNCFlora. Melpomene peruviana in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Melpomene peruviana>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 25/05/2012 - 19:53:10